domingo, 23 de junho de 2013

Estrada do Pacífico integra economia e cultura com o Peru

21/06/2013 - 15:55 Samuel Bryan

E um processo lento na maioria dos casos. O que não é diferente na BR-317, a estrada que liga oA integração  Noroeste brasileiro, pelo Acre, ao Peru. Uma estrada imensa, resultado de um projeto ambicioso e desafiador.

PARA VER TODAS AS FOTOS, CLIQUE AQUI:  http://www.agencia.acre.gov.br/index.php/noticias/especiais/25126-estrada-do-pacifico-integra-economia-e-cultura-com-o-peru.html

Concluída em 2011, a Estrada do Pacífico, também conhecida como Rodovia Interoceânica, gera expectativas para brasileiros e peruanos. Uma oportunidade única para que negócios sejam desenvolvidos e o crescimento econômico chegue aos dois lados.

Alfândega na fronteira entre Brasil e Peru na BR-317 (Foto: Angela Peres/Secom)Apelidada também de "megaestrada", a BR-317 liga o Oceano Atlântico brasileiro até o Pacífico Peruano. Custou mais de R$ 1 bilhão a partir de onde nasce, em Boca do Acre, no Amazonas, passando por Brasileia e Assis Brasil, no Acre, e atravessando a fronteira na cidade Iñapari, no lado peruano. Um empreendimento que gera milhares de novas oportunidades e desafios socioambientais.
Uma estrada que nasceu como uma saída brasileira para exportar seus produtos aos mercados asiáticos. Assim, o Brasil foi o principal patrocinador da obra. Um projeto que começa a dar os primeiros passos e que se consolida como um novo perfil econômico para a região.
O impacto
Pouco antes da finalização da estrada, no lado peruano, foi inaugurada a ponte Billinghurst, a primeira a atravessar o Rio Madre de Díos e ligando as cidades de Puerto Maldonado e Triunfo. Uma grande estrutura metálica vermelha e suspensa por cabos de aço que teve um impacto imediato. As pessoas puderam se locomover de uma cidade para outra muito mais rápido, gerando mais oportunidades de emprego para os jovens da região.


A estrada foi capaz de tirar tanto cidades acreanas quanto peruanas do isolamento ao atravessar os Andes (Foto: Sérgio Vale/Secom)A mesma coisa aconteceu em San Francisco, no Peru. A pequena cidade viveu desde seu nascimento isolada pela neve andina, e seus moradores, meras 120 famílias, levavam 15 dias para ir até Cusco, desistindo da viagem no inverno. Agora, com a conclusão da BR-317, levam apenas cinco horas.
No lado brasileiro, a cidade de fronteira de Assis Brasil também apresenta mudanças marcantes. Se antes era impossível até mesmo ir de Brasileia a Assis em menos de cinco dias durante o período das chuvas quando a BR-317 não era asfaltada, hoje o trecho é feito em menos de uma hora e meia.
Uma grandiosa ponte também liga Assis Brasil a Iñapari, no lado peruano, a Ponte Binacional. De concreto e cabos de aço, foi feita pelo Brasil, inaugurada em 2006, com a presença do então presidente Lula. Hoje é até comum ver os estranhos triciclos peruanos cruzando a cidade de Assis Brasil com frequência. Para os acreanos na fronteira a vantagem é comprar produtos mais baratos na cidadezinha ao lado, além de apreciar a culinária local.


Ponte Binacional liga Assis Brasil, no lado acreano, a Iñapari, no lado peruano (Foto: Angela Peres/Secom)Até o Pacífico os motoristas podem viajar quilômetros sem ver ninguém, até mesmo poucos caminhões carregados com produtos.
“O que mata a integração são as expectativas e não colocar os sonhos em prática. É difícil demais, a maioria dos empresários acreanos só investe dinheiro onde é seguro. Tem que ser mais que empreendedor, tem que ter um espírito agressivo para encarar a estrada”, diz Jair Santos, assessor especial da Secretaria de Desenvolvimento Florestal, da Indústria, do Comércio e dos Serviços Sustentáveis (Sedens).
Trâmites para o comércio
O saldo comercial é negativo para o Peru. Em 2011, as empresas brasileiras venderam US$ 2,45 bilhões ao país, enquanto o Peru exportou US$ 1,27 bilhão, embora os números não sejam exclusivos da estrada. Entre os empresários acreanos os números são bem mais modestos.
Segundo um balanço realizado pela Sedens, em suas primeiras experiências, os empresários acreanos tem comprado produtos alimentícios, sacas de cimento, roupas, produtos químicos, cerveja e piche. Já para o país vizinho estão sendo enviado castanhas, milho, produtos de plástico e veículos de carga pesada.

Ainda estão se dando muitos diálogos entre os empresários acreanos e peruanos. E, à medida que esses diálogos vão se fechando, as ações vão se concretizando. Propostas existem aos montes, como diz o despachante aduaneiro Rafael Pimpão. “Consultorias eu tenho muitas. Tenho reuniões quase todos os dias com importadores e exportadores, mas permanentes nas operações existem poucos ainda. É um negócio novo, mas com possibilidades de crescimento. Quando vim ao Acre pela primeira vez, em 1997, achava que demoraria muito para este Estado melhorar, tudo parecia precário. Hoje acho que com cinco anos o Acre vai despertar no ramo do comércio internacional”, diz, confiante.
Gaúcho, morando definitivamente no Acre há  dois anos, Rafael é despachante aduaneiro desde 1997, profissão responsável por fazer toda a parte de transição de documentos em negócios de importação e exportação. São alguns dias para a preparação do processo completo que exige partes específicas como forma de transporte, produção, embarque, emissão de documentação e registro de exportação. Os documentos prontos são enviados para a Receita Federal e o órgão tem 24 horas para responder e dar a liberação.
O posto da Receita Federal fica em Assis Brasil. A grande estrutura envolta da própria estrada reúne também Polícia Federal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O posto da Receita funciona de segunda a sexta para importação e exportação, sábado e domingo apenas para exportação. Francisco Antônio Braz, chefe da Receita na fronteira, conta que o número de importações é o que mais tem aumentado. “Há alguns anos não havia nada aqui, e no momento eu acho que é o Peru que tem mais a oferecer ao Acre”, diz.
Braz também admite que a importação exige um procedimento mais elaborado devido a legislação. Cada produto tem uma documentação exclusiva. Já a exportação é bem mais fácil, resultado também do protecionismo brasileiro.
Hoje são apenas dois auditores fiscais e é  suficiente. Não sobra trabalho e tudo é resolvido com agilidade quando a documentação está correta. Ainda assim está prevista a posse de mais duas pessoas para trabalhar na unidade. Para Francisco, “Só a estrada não é sinônimo de desenvolvimento. Tem que ter muita atitude. A estrada é apenas o meio”.
O que vem para o Acre


Cem toneladas de cebola peruana vieram para o Acre em 2012 (Foto: Sérgio Vale/Secom)“Nós temos feito um esforço imenso para que os ramos econômicos entre Brasil e Peru através do Acre decolem”, reforça Jair, da Sedens. Em 2011, a própria equipe da Sedens reuniu todos os grandes supermercados de Rio Branco e apresentaram a proposta de comprar frutas e verduras do Peru. As vantagens eram duas: menor tempo para o transporte e melhor mercadoria.
A maior rede de supermercados do Acre resolveu apostar. O empresário Adem Araújo fez a primeira encomenda de 25 toneladas de cebola dos vizinhos peruanos. Mas a primeira experiência foi quase um fracasso. “Houve uma série de problemas no despacho, faltaram documentos que nem imaginávamos ser necessários, a carga ficou retida por dias, muito se perdeu”, explica Adem. Ainda assim, amparados pelo governo, não desistiram. Tentaram de novo e de novo, até fazer tudo corretamente e o negócio prosperar. Só em 2012 foram importadas 100 toneladas de cebola por mês. Quase toda a cebola consumida na capital acreana passou a ser peruana. E 70 toneladas ficaram em estoque devido à entressafra peruana.
Segundo Adem, a cebola peruana é melhor que a brasileira e tem custo entre 5 a 10% menor, percorre menos espaço e tem menos desperdício. "Se comprada no Brasil, o desperdício chega a 20%”, afirma. "No começo só tivemos problemas. Não foi tão fácil, por questão de ser uma novidade, ter que contratar os agentes aduaneiros que não existiam por aqui, ter que lidar com a burocracia e fiscalização da Receita Federal e o Ministério da Agricultura. O que nos fez continuar foi a persistência. Foi acreditar que daria certo."
Dono de uma grande rede de distribuição há  mais de 20 anos, o empresário Pedro Neves é outro que aposta nos produtos alimentícios peruanos. “Todo início de um processo novo tem gargalos, no caso das importações é a burocracia. Nossa Receita Federal é muito tímida. Só tem pouco mais de um ano que começaram as importações”, diz o empresário. Pedro importa macarrão, produto que ele considera de alta qualidade, mas encarecido pelo frete. Hoje pensa em mais produtos, principalmente materiais de limpeza doméstica.


Macarrão peruano é outro dos produtos alimentícios que vale a pena importar (Foto: Arison Jardim/Secom)O maior problema é questão de os caminhões voltarem vazios. Quando os negócios estiverem mais concretizados e os caminhões que vierem cheios retornarem cheios também, o preço do frete deve cair. Além disso, pouquíssimas empresas estão habilitadas para o transporte internacional. Pedro ainda revela que existem as medidas protecionistas. "O próprio mercado tenta se defender das importações.”
E o que vai...
Não raramente, quem dirige pela BR-317 pode dar de cara com uma cena no mínimo incomum - grandes caminhões, sem cabine, sendo transportados por um único homem sentado nele a céu aberto e usando capacetes. São caminhões e ônibus produzidos pela Volkswagen, que saem de Resende, no Rio de Janeiro, direto para as maiores cidades peruanas, inclusive Lima, a capital, no Oceano Pacífico, onde termina a Interoceânica.
Outras empresas como a Marco Polo, Neo Bus e Rontan, que produz caminhões especiais, também estão levando seus produtos do sudeste para o Peru através da Interoceânica. O agente aduaneiro Rafael Pimpão conta que só da Neo Bus, 63 novos veículos de um único modelo foram entregues no final do ano passado. Ao todo são em média dez veículos por semana para entrega pela fronteira.


Caminhões e ônibus atravessam a fronteira em direção ao país vizinho (Foto: Angela Peres/Secom)Francisco Braz, o chefe da Receita Federal em Assis Brasil, também conta que é comum serem vistos caminhões carregados de castanha e milho atravessando a fronteira, mas a Sedens não possui registros desse tipo de comércio, que pode estar sendo realizado ou por empresários de outros estados, ou de forma ilegal, sem os trâmites burocráticos exigidos. Para Rafael Pimpão, “Tem mais empresas de fora de olho nesse corredor do que as empresas acreanas”.
Ainda assim, a maior cooperativa de produtos alimentícios do Acre, a Cooperacre, se prepara para sua primeira exportação via BR-317. Serão 45 toneladas de açaí processado que serão enviados para o Peru ainda esse ano. “É o nosso primeiro acordo internacional e acreditamos que será o primeiro de muitos”, comemora Manoel Monteiro, presidente da Cooperacre. O Acre é o maior produtor de castanha do Brasil, Manoel Monteiro revela que há propostas de exportação com a castanha, mas os contratos brasileiros com o produto já dão conta de toda a produção acreana.


Polpa de açaí será enviada para o Peru pela Cooperacre (Foto: Sérgio Vale/Secom)Gargalos a superar
A estrada Interoceânica, principalmente em seu lado peruano, esta praticamente novinha em folha. Possui poucos buracos no asfalto, nem uma curva sem sinalização, nem um “olho de gato”  faltando. Mas a neve e a neblina são frequentes. E subindo a Cordilheira dos Ades, a sequência de curvas é inacreditável. Para descer dos 4.735m de seu ponto mais alto até a floresta, a via serpenteia numa sucessão infinita de dobras pelas encostas da cordilheira.
Ainda assim, é possível viajar quilômetros sem ver uma única alma viva e o movimento de veículos de carga ainda não é tão grande. A estrada é apenas um meio. Falta muito a superar para que a integração realmente se consolide.
O empresário Márcio Rebouças é especialista em comércio internacional. Ele utiliza o porto de Manaus para descarregar as sacas de cimento que traz da República Dominicana e lamenta não poder realizar seus negócios pela BR317. “Eu tento importar cimento pela estrada desde 2009, mas não foi pra frente principalmente devido ao preço do frete. O cimento em si chegou a ser negociado em um ótimo preço”.  Até mesmo sua experiência com a importação de alho resultou numa série de problemas alfandegários e um prejuízo de 45 mil dólares.


Márcio Rebouças explica que trabalhar com comércio internacional não é fácil e envolve riscos (Foto: Angela Peres/Secom)Jair Santos, da Sedens, reforça: “o comércio internacional não é simples e por aqui tudo é muito novo”. Para ele, o principal problema é o transporte. Além dos problemas de frente que precisa ser de “ida e volta”, poucos empresários tem transportadoras habilitadas a entrar no Peru. “Nós pegamos os acreanos donos das empresas de transporte e levamos para conhecer o Peru, vislumbrar as oportunidades de negócio. Gostaram, mas ainda assim não estão despertados para aproveitar esse potencial”. O governo federal autorizou 800 novas habilitações para transporte internacional e o governo estadual está estimulando os transportadores acreanos a pegarem essa oportunidade.
Até mesmo questões pequenas interferem no comércio internacional como as barreiras impostas pelo idioma, a própria burocracia e a falta de empreendedorismo e agressividade no mercado econômico para investir. Segundo o próprio Jair, “o acreano tem medo do desconhecido”.
Expectativas binacionais
Tudo isso é apenas um pontapé inicial. A vida dos acreanos deve melhorar ainda mais com a chegada de cebolas, tomates, uvas, azeitonas e cimento vindo do Peru. Materiais vindos do Sul e Sudeste brasileiro, lugares distantes, que encarem os produtos e os desperdiçam no caminho. Mas ainda há espaço para negócios ainda mais complexos.


Esmerindo Neto sonha em trocar o sal vindo do mar brasileiro pelo da rocha chilena (Foto: Arison Jardim/Secom)É o caso do empresário Esmerindo do Valle Neto, que trabalha com sal bovino há 11 anos no Acre. Comprando 300 toneladas de sal por mês, Esmerindo sonha em deixar de comprar o sal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para pegar direto do porto de Matarani, no Peru. “É um sal que vem do Chile direto para o porto peruano. Enquanto o sal brasileiro sai do mar, o deles sai da rocha, com um índice de pureza extraordinário, 99,9% seco”.
O sal que vem de Mossoró custa de 50 a 60 dólares a tonelada. Com os impostos fica R$ 340 a tonelada, com o transporte, passa a ser de R$ 440. No Peru o preço por tonelada com transporte fica R$ 470, com todos os impostos passa para R$ 580. A luta de Esmerindo é para conseguir isenção de alguns impostos, como o ICMS. E Esmerindo é enfático, “Por que comprar do Peru é mais vantajoso mesmo pagando um pouco mais caro? De Rio Branco para Matarani são pouco mais de 1.329km. Já de Mossoró para Rio Branco são 5.200km. São dez dias para vir de Mossoró e dois dias para vir de Matarani”.
Há expectativas fortes para que em breve também comece a exportação acreana de frango, peixe e, principalmente, carne de porco, através da granja de suínos Dom Porquito, montada principalmente com o objetivo de comércio internacional através da BR-317.


A estrada tem um potencial gigante para o turismo entre os dois países (Foto: Diego Gurgel/Setul)E além de todo o comércio, há outro gigantesco potencial através da Interoceânica, o turismo. Em uma contagem não oficial, o chefe da Receita Federal em Assis Brasil conta que hoje, cerca de 400 pessoas por dia passam pela fronteira. Para ele, “Não  é pouco. Em janeiro e no período do carnaval, esse número passou para 700 pessoas por dia”.
Mas é necessária atenção. A falta de informações ainda pode ser uma inimiga para os turistas. É uma obrigação dos viajantes prestar declaração do que esta transportando no posto da Polícia Federal, por exemplo.
Assim, a BR-317 se mostra mais do que uma grande expectativa de negócios, mas de realização de sonhos, tanto pequenos, como o de conhecer outro país e sua cultura, como os de grandes, finalmente alavancar a economia acreana.
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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Lula é reverenciado na América Latina como líder da nação brasileira

7/6/2013 12:59
Por Redação, com ACSs - de Quito

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta capital, a homenagem do presidente Rafael Correa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta capital, a homenagem do presidente Rafael Correa
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu, nesta capital, a homenagem do presidente Rafael Correa, que lhe conferiu a medalha da Ordem Nacional de San Lorenzo, a mais antiga do país, instituída por ocasião da independência do Equador, em 1809. Posteriormente, Lula falou no Teatro Nacional de la Casa de La Cultura a uma plateia de mais de dois mil equatorianos sobre as conquistas e desafios da integração latino-americana, um dos eixos de trabalho do Instituto Lula. À noite, Lula e Rafael Correa jantaram juntos.
Durante a entrega da condecoração a Lula, Rafael Correa destacou a importância do Brasil para a América Latina, “um país onde tudo se conta com seis ou até sete zeros e Lula soube contar com o coração para mudar a vida de milhões de pessoas”. Correa disse que o ex-presidente brasileiro, por seu trabalho em favor da democracia, da diminuição das desigualdades e pela aproximação entre os povos latino-americanos, “é um do maiores artífices modernos da grande pátria com que sonhamos”.
– É um privilégio, para mim, conceder-lhe a condecoração da Ordem Nacional de San Lorenzo como demonstração de respeito, admiração e carinho profundo que sente nosso povo pelo presidente Lula – afirmou Correa.
Em seu discurso, o presidente Correa lembrou as origens de Lula e disse que ele é um dos principais protagonistas das transformações pelas quais o continente vem passando.
Recém-eleito para o seu terceiro mandato, Correa acrescentou que Lula é merecedor da condecoração por seu trabalho pela democracia, pela integração da América Latina, na luta contra a pobreza e por promover a aproximação e a amizade natural entre os povos brasileiro e equatoriano.
Bolsa Família
Lula, por sua vez, voltou ao tema que embalou seus dois mandatos, no Brasil, e pregou uma política voltada em favor dos pobres. O tema foi abordado enquanto ele esteve na Colômbia, no Peru e, na noite passada, no Equador.
O líder brasileiro destacou também o papel dos governos de esquerda na América Latina, que passaram a olhar os pobres não mais como problema, mas como solução. Contou que o Bolsa Família, que muitos no Brasil chamavam de puro assistencialismo, foi essencial para que o Brasil não sofresse mais com a crise internacional. “O dinheiro na mão do pobre faz a economia girar, e é por isso que a América Latina dá certo”.
O programa de transferência de renda do governo federal lançado durante sua gestão teve que enfrentar, segundo Lula, críticos que diziam que era impossível aumentar o salário mínimo sem aumentar a inflação. O ex-presidente lembrou que o salário mínimo teve aumento em todos os anos de seu governo, sem causar inflação. Pelo contrário, lembrou, 36 milhões de pessoas saíram da miséria, 40 milhões ascenderam à classe média e foram criados 20 milhões de empregos formais.
Lula lembrou da época em que todas as atenções dos governos latino-americanos estavam voltadas apenas para Estados Unidos e Europa.
– A corrente comercial no Mercosul era de apenas US$ 10 bilhões. Dez anos depois está em US$ 50 bilhões. Na América do Sul, subimos de US$ 15 para US$ 70 bilhões; e, na América Latina, de US$ 20 para mais de US$ 90 bilhões – contabiliza.
Mas essa integração não pode ser apenas comercial, como destacou o ex-presidente. Depois que deixou a Presidência e fundou o instituto que leva seu nome, Lula tem trabalhado pela integração latino-americana.
– É preciso criar uma doutrina de integração latino-americana. Por isso estou me dedicando a falar com estudantes, sindicalistas, intelectuais, empresários, movimentos sociais… – afirmou.
Como no encontro com jovens em Lima, no Peru, Lula concluiu seu discurso com palavras de incentivo aos equatorianos para que participem da política.
– O político perfeito que nós queremos não precisa estar dentro do outro, pode estar dentro de nós. A América Latina necessita muito de vocês para que nunca mais haja retrocesso. Muitos têm preconceito contra a política, dizem que não gostam de política. Mas saibam que fora da política não há solução. Todas as vezes em que a humanidade renegou a política, o que veio depois foi muito pior – concluiu.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Conheça alimentos que combatem o estresse e que podem até reduzir o colesterol

A quinoa tem as qualidades do leite materno e reduz o colesterol. E a castanha, basta uma por dia para controlar o estresse.


Do alto das montanhas. Das profundezas da Floresta Amazônica. Do coração da Mata Atlântica. Nunca as riquezas que vêm da terra foram tão valorizadas. São os superalimentos que dão força, vitalidade e combatem o envelhecimento.
Cientistas do mundo todo se voltam para a América Latina. É do Brasil e de alguns dos seus vizinhos que saem os alimentos mais completos para o ser humano. Alimentos que brotam no chão há milênios e que precisavam apenas ser redescobertos, como a quinoa.
Dona Rosa Oliveira descobriu a quinoa no ano passado. Desde então esse alimento nunca mais saiu da dieta. “Com 63 anos, você não ter nenhum pouco de colesterol, é ótimo não é? Então, eu acho que a quinoa lava as artérias”, diz a dona de casa.
Na casa de Dona Rosa, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, todos os dias é o mesmo ritual. Ela inclui flocos de quinoa nas vitaminas que faz para o café da manhã.
“Ah, eu nem sinto o sabor. Não sinto nenhuma diferença. Parece uma aveia normal”, comenta.
Mas para que a quinoa chegasse até a mesa de Dona Rosa não foi fácil. Há 30 anos, os grãos andinos eram praticamente desprezados.  Muitos quase desapareceram.
A redescoberta destes alimentos começou com Luis Sumar Kalinowski, um morador do Vale Sagrado dos Incas. O professor Luis hoje tem 75 anos e continua entusiasmado. Ele pergunta: “O que queremos para as nossas crianças? Que representem um futuro para as nações. Então, temos que lhes dar bom alimento”.
Disposto a estudar os cultivos andinos, o professor conseguiu convencer a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos a financiar um grande projeto.
Durante seis anos, ele saiu pelas montanhas em busca das plantas esquecidas.  “Um abandono total”, diz. O amaranto, um primo da quinoa, foi salvo por pouco. Foi salvo por ser bonito. Depois de procurar muito, encontrou.
“Em um jardim. Então, eu procurei jardins e mais jardins. Fui ao litoral, procurei em Cusco. Procurei muito e assim consegui resgatar”, conta o professor.
O amaranto, um superalimento ainda pouco conhecido, tinha virado uma planta ornamental.
Lado a lado, o amaranto e a quinoa. Esta era uma paisagem muito comum 500 anos atrás. Quando os conquistadores espanhóis chegaram, eles não só desprezaram estas plantas. Segundo os estudiosos, eles intencionalmente destruíram estes superalimentos, que davam a força aos guerreiros incas.
“Eles queriam dominar as populações conquistadas e uma maneira de dominá-las é proibindo que comam alimentos de qualidade. Pois quem come alimento de qualidade tem cabeça boa e se põe a pensar”, explica o professor.
O resultado do trabalho do professor foi um livro que jogou luz sobre as riquezas esquecidas. Dezenas de grãos, raízes, legumes e frutas estão listados nele.
Graças à semente que ele lançou lá atrás, este ano de 2013 foi escolhido o ano internacional da quinoa.
O interesse está em toda parte. Como na pesquisa que Dona Rosa, lá de Ribeirão, participou. Durante quatro semanas, mulheres que já passaram pela menopausa comeram 25 gramas de quinoa por dia. E não mudaram mais nada na alimentação.
A ideia era ver se a quinoa iria proteger o coração delas, justamente na idade em que as mulheres têm mais risco de doenças circulatórias. Para Flávia Giolo de Carvalho, a pesquisadora, não foi tão difícil convencê-las.
“O sabor não interfere tanto nos alimentos. Então, vai só agregar valor nutricional, vai melhorar a saúde da senhora, vai melhorar o perfil lipídico. Eu vendi o meu peixe assim, falando destes potenciais benéficos”, lembra a nutricionista.
No fim da pesquisa, feita pela USP e pela Unesp, as mulheres baixaram o colesterol entre 5% e 10% e aumentaram no organismo as substâncias que combatem o envelhecimento.
“Quando você vê quatro semanas, que 25 gramas deram resultados interessantes, acho que se extrapolar isso para mais tempo, acho que tem resultados melhores ainda. Pensando sempre em melhorar a qualidade de vida, através da inclusão de um alimento”, explica Flávia.
Dona Rosa entrou na pesquisa com o colesterol acima do normal. E agora está com os índices em dia e o coração inteiro para correr atrás da maior paixão: o netinho Jean Otávio, de um ano e meio.
“Trabalho muito, faço todo o serviço da casa e cuido do bebê. Estou aqui inteira. Chega a noite eu quero que o marido vá passear comigo ainda”, conta Dona Rosa.
Em Lima, capital do Peru, fomos encontrar a nutricionista Ritva Repo de Carrasco, uma finlandesa que há 25 anos estuda a quinoa.
Ela chama este alimento de "o grão mais completo do mundo". Descobriu semelhanças da quinoa até com o leite materno.
“A quinoa tem uma proteína que pode ser comparada à do leite. Tem alto conteúdo de fibra, que combate o câncer. E tem ainda compostos que chamamos de bioativos, que protegem contra muitas doenças. Por isso eu diria que a quinoa é um superalimento”, garante a nutricionista.
A quinoa tem os dez aminoácidos essenciais para a vida humana, que o nosso corpo não é capaz de produzir. E em especial a lisina, fundamental na fase do crescimento.
No campo, o desafio é tornar a quinoa um alimento cada vez mais comum e mais barato. Para isso, dez grandes pesquisas estão sendo financiadas no Peru como parte do Ano Internacional da Quinoa.
O engenheiro agrônomo Mario Tapia percorre as montanhas do país recolhendo e testando novas variedades da planta. Se no passado os conquistadores renegaram o conhecimento tradicional, hoje os pesquisadores visitam os descendentes dos antigos donos destas terras para aprender com eles.
“Os agricultores não têm grandes extensões de terra, mas uma pequena área para o uso pessoal. Então, eles dão muito valor, porque complementa a batata, o milho, com as proteínas da quinoa. É um conhecimento tradicional de balancear a dieta”, explica o engenheiro.
No Brasil, em vez de subir a montanha, nós vamos entrar na floresta para procurar saúde. Na Amazônia, a natureza prepara e entrega o presente.
O superalimento que nós procuramos nasce no alto, na copa de árvores de até 50 metros. Mas não é preciso ir buscá-lo lá em cima. Com olhar treinado e facão ligeiro, os homens vão enchendo o cesto.
Mas antes de comer, é preciso vencer várias camadas de casca. Finalmente, está ela: a castanha do Brasil.
Quem colhe passa o dia na mata e não precisa levar comida de casa. “Só sei dizer que não dá fome durante a gente estar trabalhando. A gente come uma castanha de vez em quando, não dá fome”, conta Edison Coelho Teles, catador de castanha.
Sabedoria transmitida geração após geração. Onde a única avenida foi construída pela natureza e o sustento vem da castanha, uma sementinha que carrega a força de uma árvore gigante.
Em São Paulo, onde os gigantes são de pedra, a vida é bem diferente. Correria, agitação e um ritmo alucinante. Para vencer o estresse e os perigos que a cidade traz para a nossa saúde, é preciso contar com a ajuda de um pedacinho da floresta.
Luíza vive apressada. Em um dia daqueles, ela mal tem tempo de dar ‘bom dia’. Luíza comanda uma empresa de informática com 270 funcionários. Todos sabem que ela gosta de perfeição.
“Nós somos ligados, estamos em uma panela de pressão sempre”, comenta.
Nos momentos em que a pressão chega ao máximo, Luíza reage com um gesto quase automático. Ela estica o braço e pede ajuda para a castanha.
“Eu já sinto que eu começo a despertar, eu já começo pensar melhor, eu já começo a tomar decisões melhores. Claro que eu não coloco isso em função de uma castanha, mas ela contribui com o todo”, diz.
Há 20 anos ela tem esse costume. Contra o estresse, uma castanha por dia. “Também, como mulher. A pele fica melhor, o cabelo fica melhor. Enfim, isso ajuda como um todo”, afirma.
A ciência estuda esses e muitos outros benefícios da castanha. Ela protege o nosso organismo principalmente porque é rica em selênio.
“Você pode também garantir um melhor funcionamento do seu organismo durante a vida inteira. Isso contribuirá, com certeza, para uma melhor velhice, para o envelhecimento com mais saúde”, explica Silvia Franciscato Cozzolino, nutricionista - USP. 
Em São Paulo, na USP, a professora Silvia Cozzolino orienta uma série de pesquisas que comprovam os benefícios do selênio no combate a muitas doenças.
“Ele pode ter uma ação, por exemplo, no câncer. Pode ter uma ação em relação a doenças da glândula tireóide, pode ter ação na obesidade”, aponta a professora.
E a lista não para por aí. Outros estudos recomendam a castanha para combater a artrite, prevenir a diabetes, refrear a doença de Alzheimer.
Com o selênio, nosso cérebro funciona melhor por mais tempo. Seu Fernandes, de 81 anos, e Dona Santa, 84 anos, aceitaram ser voluntários de uma pesquisa da USP.
Durante seis meses, consumiram uma castanha por dia. Já que a dose diária é pequena, aproveita.
São Paulo é pequena para Dona Santa. Diariamente, ela anda pela maior cidade do país, como se estivesse no quintal de casa. “Melhor coisa da vida é você ser independente. Eu acho que isso é uma riqueza, dinheiro para mim não ia valer nada”, afirma Santa de Souza, modelista aposentada.
Dona Santa já faz planos para a festa de aniversário. De 85 anos? Não, de 100. “Vai ser em um clube, lá no Corinthians. Mudei de time. Será que foi a castanha? Não foi antes”, brinca.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Rafael Correa e a nova face do Equador

(ASCOM FC) O presidente do Equador, Rafael Correa, forma com Dilma Rousseff, Lula, Cristina Krchner, Rafael Maduro, Evo Morales, Pepe Mujica e Daniel Ortega, o conjunto de presidentes progressistas da América Latina, cujas políticas econômicas e sociais diminuíram os impactos da crise de 2008 e levam avante projetos de país, que reduziram ao mínimo os níveis da miséria absoluta, deram emprego ,escola e saúde e até lançam satélites domésticos, como é o caso do Equador, Argentina e Venezuela. Para conhecer melhor Rafael Correa, reproduzimos entrevista do presidente a uma jornalista espanhola, quando o presidente esteve recentemente em Madri. Nela, você vai perceber que o Equador é um novo país, inclusive com maior presença internacional
Entrevistado pela rede espanhola de televisão TVE, presidente do Equador, Rafael Correa, fez um debate tenso com a jornalista Ana Ibáñez, discutindo temas como a lei de mídia em seu país e a crise europeia.

O programa 24horas, da televisão estatal espanhola TVE, entrevistou o presidente do Equador, Rafael Correa, que tocou em todos os assuntos, apesar da oposição militante da jornalista Ana Ibáñez, que em muitos momentos da entrevista se alinhou com os argumentos do capital financeiro e em defesa do governo de Rajoy.
Clique aqui para assistir à videoentrevista

O presidente Correa iniciou sua intervenção com uma interessante e esplêndida exposição sobre os motivos econômicos da atual crise. Colocou o dedo na ferida ao apontar a dívida como a dificuldade principal para a mudança de sistema. Também não se calou em sua crítica aos bancos e seu papel nos tempos de "bonança".
Foi genial ao proferir esta frase: "O banqueiro é esse sujeito que te empresta o guarda-chuva quando faz sol e te tira quando chove". Explicou muito bem o que aconteceu na América Latina quando os bancos retiraram os créditos ao desenvolvimento e disse que isso é o mesmo que está acontecendo agora na Europa.
"Não se queria superar a crise, se queria garantir o pagamento aos bancos privados. E conseguiram, aprofundando a crise, crescimento sem emprego. A crise durou mais de dez anos". Sem rodeios, o presidente equatoriano, que deu abundantes demonstrações de seu domínio em matéria econômica, recomendou: "Aprendamos da história, vejam o que aconteceu na América Latina".
E agregou: "Não cometam os erros que nós cometemos. Nós, os latino-americanos, somos especialistas em crise". "Estas receitas não pensam no ser humano. Não critico os governos. Critico o sistema. Não pensam no ser humano, mas no capital financeiro". Mais claro que a água.
Diante dos denodados esforços da apresentadora/entrevistadora para evitá-lo, o presidente do Equador explicou, de maneira muito didática, os perversos mecanismos da dívida e seu tratamento.
A entrevista não perdeu nunca o interesse. Levando em conta que há milhares de famílias equatorianas afetadas pelas hipotecas, os despejos também estiveram presentes. Ana Ibáñez fez todo o possível para neutralizar toda mensagem que tivesse relação com a situação da Espanha. Mesmo assim, a jornalista utilizou argumentos para defender a postura do Governo.
Ainda assim Correa disse: "Na Espanha, a lei de despejos tem mais de um século". Diante a expressão de que "as leis são abusivas, criminais", a apresentadora insistiu em perguntar pelas soluções, em uma clara tentativa de evitar toda caracterização da lei hipotecária, diferente do tratamento dado à lei de imprensa equatoriana que mais adiante abordaremos.
Frente à declaração de Correa "além de a lei ser tremendamente imoral, há contratos abusivos. Existem cláusulas, por exemplo, que depois de assinar este contrato podemos mudar tudo sem avisar" a jornalista disse, sem ruborizar-se, que "isso estamos contando nos serviços informativos, senhor Correa". Em nenhum telejornal, e pode-se consultar na web da TVE, se informa de que os contratos são abusivos. O que, sim, encontramos nos telejornais é a criminalização de todas as pessoas que protestam contra esta lei, os quais impunemente são acusados até de nazistas. Mas para Ibáñez, isto não existe.
O principal problema dos espanhóis não é o de Ana Ibáñez. Para a jornalista, o desemprego não é um problema, é apenas uma notícia. "O desemprego. É outro assunto aqui que é notícia na Espanha". E agregou: "Neste sentido, que oportunidades o Equador oferece?". Reduzindo o problema do desemprego a um assunto de "oportunidades", ao que Correa respondeu: "Destruindo emprego sem crescimento não se sai da crise".
Ana Ibáñez não esteve muito sutil na noite de 19 de abril. No tema da Constituição e reeleição, a jornalista faz uma pequena confusão, trocando datas e versões. Uma palpável prova de como está o nível profissional na TVE depois das numerosas demissões de gente profissional com mais de 25 anos de experiência.
Outro assunto abordado foi a situação da imprensa. Ibáñez, que trabalhou em uma emissora de rádio católica, abordou o tema desta maneira. "Sua relação com a imprensa equatoriana é complicada". Ao que Correa destacou o viés da pergunta, coisa que incomodou a apresentadora. O mandatário equatoriano disse que também tem relações complicadas com os sindicatos e, entretanto isso não é notícia, isso não se aborda, mas sim e desta maneira o dos meios de comunicação.
A jornalista aludia à lei de imprensa que o Equador quer impulsionar e Correa responde "Na Europa não existe lei de imprensa?". Ana Ibáñez gagueja como quem não sabe. Correa explicou os interesses econômicos – vinculações dos grandes bancos com os principais meios de comunicação – que estão por trás das chamadas empresas jornalísticas.
Destacou que na Espanha há 60 anos de televisão pública e no Equador só quatro. Correa insistiu em mostrar exemplos como o da Alemanha, onde se fechou uma emissora por propaganda nazista, prenderam 23 pessoas e ninguém disse que isso fosse um atentado à liberdade de expressão. Mas a jornalista não queria que continuasse dando exemplos e alegou a falta de tempo...
E é nestes momentos onde a jornalista desliza até o infinito. Acusa Correa de fechar meios de comunicação e Correa, rapidamente, lhe pede o nome de algum que tenha sido fechado. Ana começa a gaguejar e se protege com o "me corrija se me equivoco", mas já lançou seu dardo envenenado de afirmar que no Equador se fecham meios de comunicação.
E finalmente, diante da insistência da jornalista em colocar Correa como "sucessor" de Chávez, o presidente equatoriano foi brilhante: "Respeito muito o rei Juan Carlos, o príncipe, a rainha, mas você sabe que na América Latina não temos monarquia, não temos herdeiros. O que temos são líderes que representam nossos povos". Uma verdadeira lição.

Tradução: Liborio Júnior
Do site
Carta Maior

quinta-feira, 25 de abril de 2013

MACA PERUANA E SEUS BENEFÍCIOS

Maca peruana e seus benefícios
Maca peruana previne contra as doenças cardiovasculares e aumenta a libido. Saiba mais!
Na época dos superalimentos, um tubérculo conhecido como maca peruana (é isso mesmo, maca, e não maçã) é classificado por especialistas como um dos alimentos mais nutritivos que existem. Com a aparência semelhante ao rabanete, a maca, também conhecida como “Ginseng dos Andes”, é rica em carboidratos, fibras, proteínas, lipídeos (ácido linolênico, ácido palmítico e ácido oleico), minerais (cálcio, magnésio, fósforo, potássio, zinco, selênio e ferro) e vitaminas B1, B2, C e E.
A maca também está incluída na lista dos produtos naturais que aumentam a libido. Conheça os outros benefícios deste superalimento para a sua saúde. São eles:
Doenças cardiovasculares: ajuda na prevenção das doenças cardiovasculares devido ao ômega 9, que reduz os níveis de colesterol total e LDL e aumenta os níveis de HDL. Por ser fonte de ômega 3, a maca possui efeito vasodilatador que auxilia na redução da pressão arterial, além de regular os níveis de colesterol;
Combate o cansaço: rica em carboidrato, a maca age como um tônico que combate o cansaço e a fadiga;
Fortalece a imunidade: a maca é fonte de arginina, que participa da divisão celular e cicatrização de feridas; lisina, que está relacionada à inibição da proliferação viral; vitamina C, que atua diretamente na reconstituição dos leucócitos (células de defesa) e aumenta a resistência a infecções, e de fitosteróis (substâncias encontradas apenas nos vegetais e que não são produzidas pelo corpo), que auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico.
Previne a osteoporose: é fonte de cálcio e magnésio, minerais essenciais à saúde óssea;
Aumenta a libido: este superalimento é rico em vitamina E, que participa da produção de hormônios sexuais, além de fonte de magnésio. Este mineral é importante para a produção de hormônios sexuais neurotransmissores que causam a sensação de prazer.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Rafael Correa conquista terceiro mandato no Equador

BBC Brasil

"O presidente do Equador, Rafael Correa"

O presidente do Equador, Rafael Correa, foi reeleito neste domingo e conquistou seu terceiro mandato.



Segundo resultados parciais, Correa recebeu 57% dos votos, o que lhe garantiu a vitória já no primeiro turno.



Pelas leis eleitorais do país, para garantir uma vitória no primeiro turno é necessário obter 50% do total de votos, ou 40% mais uma margem de 10 pontos sobre o segundo colocado.



Logo após a divulgação dos primeiros resultados oficiais, o ex-banqueiro Guillermo Lasso, principal adversário de Correa no pleito e segundo colocado, com 24% dos votos, reconheceu a derrota.



As eleições deste domingo foram disputadas por oito candidatos à Presidência. Nenhum dos outros seis candidatos obteve mais de 6% dos votos.



Os equatorianos também elegeram 137 membros do Congresso.



Comemoração



Antes mesmo dos resultados oficiais e minutos após a divulgação das pesquisas de boca de urna, Correa comemorou a vitória em um discurso na sacada do palácio presidencial de Carondelet, em Quito.



O presidente agradeceu a seus seguidores o apoio e os votos recebidos.



'Recebemos com toda firmeza mais quatro anos de revolução. Muito obrigado a todos vocês', disse.



'Nada nem ninguém pode parar esta revolução.'



Este deverá ser o último mandato de Correa, já que a lei do Equador o impede de concorrer mais uma vez.



Trajetória



Economista nascido em Guayaquil, Correa, de 49 anos, assumiu a Presidência do Equador em 2007.



Durante seus dois primeiros mandatos, ele conquistou admiradores por garantir a estabilidade política em um país marcado por décadas de golpes e pelas ações de cunho social de seu governo.



No entanto, o presidente também é alvo de críticas e acusado de concentrar poderes e ser pouco tolerante.



Seus críticos dizem que ele implementou políticas com o objetivo de fortalecer seu poder e neutralizar a influência de adversários políticos e a imprensa privada.



Também afirmam que ele restringiu a iniciativa privada com impostos pesados e mudanças regulatórias, além de ter elevado os gastos do governo a níveis insustentáveis.



Popularidade



No entanto, a chamada 'Revolução Cidadã' levada adiante por Correa o tornou popular entre muitos equatorianos de baixa renda e garantiu o apoio de outros líderes de esquerda da América Latina.



A redução de 27% na taxa de pobreza desde 2006 e a ampliação do gasto público com programas sociais - na esteira da alta dos preços do petróleo - são os principais pilares de sustentação de seu governo e garantiram ao presidente um índice quase 70% de popularidade.



Durante seus seis anos no poder, Correa ampliou o acesso à saúde e à educação e promoveu obras para melhorar as condições de milhares de quilômetros de estradas, o que gerou muitos empregos.



As eleições deste domingo foram acompanhadas com atenção pelos países da região.



Segundo analistas, a vitória de Correa é vista pelo governo brasileiro como um passo importante para o fortalecimento do Mercosul e também pode abrir caminho para os negócios das grandes construtoras brasileiras no país andino.



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