da Folha Online
Atualizado às 00h28.
O governo brasileiro anunciou na noite de sábado que recebeu do Equador o valor referente às parcelas vencidas em dezembro do financiamento do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção da Hidrelétrica de San Francisco. Em nota, o Itamaraty informa que a quantia foi paga na quinta-feira passada (8).
Com o pagamento, o Embaixador do Brasil em Quito, Antonino Marques Porto, deverá retornar ao Equador no início da próxima semana. Ele retornou a Brasília a chamado do Ministro Celso Amorim para consultas, em 21 de novembro passado, em meio ao impasse causado após denúncias envolvendo a construção da hidrelétrica pela empreiteira brasileira Odebrecht.
Após a usina de San Francisco ser fechada por falhas estruturais, em junho, o Equador anunciou que recorreria à Câmara de Comércio Internacional (CCI) de Paris com o objetivo de não pagar o empréstimo de US$ 242,9 milhões contraído junto ao BNDES. O país buscava ajuda internacional para definir a legalidade da dívida.
O BNDES financiou a construção de uma hidrelétrica a cargo da Odebrecht que foi inaugurada no final de 2007.
A Odebrecht foi questionada pelo Equador quanto ao serviço prestado na construção e o presidente Rafael Correa expulsou a empresa do país. Em seguida, recorreu à Corte por suspeitas de irregularidades na execução da obra.
O ato irritou o Brasil e fez com que o embaixador brasileiro fosse retirado do país em novembro. Na ocasião, a então chanceler do Equador, María Isabel Salvador, criticou a decisão brasileira em resposta à medida equatoriana.
"Trata-se de um tema exclusivamente comercial e financeiro, não se trata de uma situação de um Estado contra outro. Por isso, ficamos tristes ao ver que um tema exclusivamente entre duas empresas tenha sido elevado a um nível diplomático", afirmou.
O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que o Brasil quer transformar uma questão comercial em um impasse diplomático.
No fim de dezembro, o governo do Equador anunciou que havia pago uma parcela de US$ 28,1 milhões ao BNDES, com o qual mantém uma disputa comercial em uma corte internacional.
Segundo a nota, o governo brasileiro diz que "continuará a acompanhar com atenção a evolução de suas relações econômicas e financeiras com o Equador." O Ministério das Relações Exteriores brasileiro não revelou a quantia que foi paga pelo governo equatoriano.
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